O que se sabe sobre o médico suspeito de causar a morte de 42 pessoas

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João Couto ainda responde 39 investigações de homicídio e 114 de lesão corporal Divulgação/Polícia Civil

O médico João Batista do Couto Neto foi preso na tarde dessa quinta-feira (14), enquanto prestava atendimento no hospital da Fundação de Saúde e Assistência do Município de Caçapava (Fusam), no interior de São Paulo. Ele é suspeito de causar 42 mortes e lesões em pacientes. 

A prisão preventiva foi decretada após a conclusão de três inquéritos pela Polícia Civil, que o indiciou por homicídio doloso (quando há intenção de matar). No entanto, ainda há 39 investigações de homicídio e 114 de lesão corporal em andamento. Segundo a polícia, o médico realizava vários procedimentos sem o consentimento dos pacientes, e chegou a fazer o diagnóstico de um câncer raro.

Veja o que se sabe sobre o caso

De acordo com relato de pacientes e ex-colegas do médico, ele realizava quase 30 cirurgias por turno de trabalho. As revelações da Polícia Civil, acerca de diagnósticos falsos e procedimentos não consentidos, questionam a ética profissional do médico.

Em dezembro do ano passado, Couto Neto esteve sob uma investigação policial, quando teve mandados de busca e apreensão cumpridos no hospital onde atendia, em Novo Hamburgo, e no seu apartamento. Na época, ele era suspeito de envolvimento em cinco mortes de pacientes e de ter causado sequelas em outros nove.

Em fevereiro de 2023, o médico se registrou no Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp). Na ocasião, o Cremesp chegou a confirmar que estava ciente das investigações contra João Couto Neto, mas que a instituição tinha a obrigação de “efetuar o registro do médico”.

Atuação em diversas cidades e sistema ativo no SUS

Couto Neto atuava não apenas em Caçapava, mas mantinha vínculos ativos em outras cinco cidades de São Paulo e duas no Rio Grande do Sul. Sem o impedimento de exercer a profissão, ele possuía registro ativo nos conselhos de medicina e no SUS.

Contrato com empresa terceirizada 

O médico prestava serviços na Fusam por meio de um contrato com a empresa Archangelo Clínica Médica e não possuía vínculo direto com a Fundação. Ele atuava estritamente no pronto-socorro e em visitas na Clínica Médica.

Defesa diz que prisão é infundada

Para Bruno de Lia Pires, advogado de defesa de Couto, a prisão preventiva não tem base legal. “Qualquer jurista vê que essa prisão não tem qualquer fundamento”, disse o advogado, segundo informações do G1. 

“Prisão preventiva é quando há risco de fuga ou ameaça a testemunhas, o que não existe. Ele sequer foi impedido de exercer a Medicina. Essa medida decretada tem claro caráter intimidatório contra o médico. Vamos entrar com habeas corpus o mais breve possível”, afirmou.

“Estamos aguardando que o inquérito seja concluído e apresentado ao Ministério Público para, então, havendo denúncia e sendo recebida pelo juiz, apresentarmos a defesa prévia do médico”.

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