Lula elogia Haddad e promete mais negociação com o Congresso em 2024

Lula realiza balanço do primeiro ano de governo na última reunião ministerial de 2023Ricardo Stuckert/Presidência da República

Nesta terça-feira (20) o presidente Lula realizou a última reunião ministerial do ano, permitindo a presença da imprensa durante seu discurso de abertura. O balanço anual da gestão, realizado por cada um dos 38 ministros(as), foi realizado a portas fechadas, e o encerramento do encontro deve incluir mais um pronunciamento do presidente, ao lado de seu vice e também ministro, Geraldo Alckmin.

Em sua fala, Lula informou que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, permanecerá no cargo até janeiro, antes de tomar posse como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF); fez elogios à atuação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, “que conseguiu o feito inusitado de aprovar uma reforma tributária”, além de prometer seguir negociando com o Congresso no próximo ano.

Sobre esse tema, Lula disse que a “arte da negociação” muitas vezes é mal interpretada e “acusada de coisa de menor nível”. O presidente voltou a afirmar que o governo não conversa com o centrão, mas sim com partidos. “A gente não pergunta de que partido é a pessoa, a gente leva a proposta, e em cima daquela proposta a gente estabelece as conversações necessárias”, afirmou o presidente.

“A gente vai continuar no ano de 2024 com esse mesmo jeito de governar: conversando com todo mundo, perde alguma coisa, ganha outra coisa, mas estabelecer como regra extraordinária a capacidade de conversação, a capacidade do diálogo”, disse Lula.

“Pobre do governante que acha que pode trocar a mesa de diálogo por uma metralhadora, por um fuzil ou por um canhão. Quando se chega a essa tomada de posição, aí a ignorância venceu a inteligência”, completou o presidente.

O chefe do Executivo nacional destacou a atuação de Haddad, especialmente nas negociações que envolveram a aprovação da PEC da Transição, antes do início do mandato; da reforma tributária, classificada como um feito histórico tanto pelo governo, quanto por alguns adversários políticos – principalmente o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL); e do novo arcabouço fiscal.

Em seu discurdo, Lula também garantiu que Flávio Dino continuará à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública pelo menos até 8 de janeiro de 2024, cobrando a presença dele em um ato preparado pelo governo para relembrar os atos golpistas de 8 de janeiro e demonstrar o “fortalecimento da democracia” um ano após a invasão e depredação das sedes dos três Poderes em Brasília.

“Ele vai ficar como ministro até o dia 8, porque dia 8 nós estamos convidando um ato, sabe? Para lembrar a tentativa de golpe no dia 8 de janeiro. Nós estamos tentando convocar um ato, que vai ser convocado por mim, pelo presidente da Suprema Corte, pelo presidente do Senado, e pelo presidente da Câmara”, disse o presidente.

Credibilidade internacional 

Lula também celebrou os resultados obtidos ao longo do ano com as viagens internacionais que fez, cujo objetivo era reposicionar a política externa do Brasil, arranhada pelo governo Bolsonaro, e atrair novos investimentos estrangeiros. 

“Em dezembro de 2022, poucas pessoas no mundo acreditavam que a gente pudesse chegar no final de 2023 na situação que estamos chegando. Estamos chegando numa situação muito boa. Acho que nós chegamos [ao fim de 2023] numa situação excepcional, se nós levamos em conta a realidade que pegamos este país.”

De acordo com a Secretaria de Comunicação da Presidência, ao longo de 2023 Lula visitou 24 países para 27 agendas, como a COP28, em Dubai, e a participação brasileira em grandes foros multilaterais, como a ONU (Assembleia Geral e Conselho de Segurança), os BRICS, Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), G7 e G20.

No próximo ano, espera-se que o ritmo de viagens internacionais de Lula diminua, visto que trata-se de um ano eleitoral muito importante para o PT, que teve em 2020 seu pior resultado no que diz respeito ao número de prefeituras conquistadas no país.

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