Após Ibama negar licença, Lula diz achar difícil haver problema em exploração de petróleo na foz do Amazonas

apos-ibama-negar-licenca,-lula-diz-achar-dificil-haver-problema-em-exploracao-de-petroleo-na-foz-do-amazonas


Presidente comentou o tema pela primeira vez pouco antes de embarcar do Japão de volta ao Brasil. Ibama negou licença para Petrobras pesquisar possível extração na costa do Amapá. Lula se manifesta sobre a exploração de petróleo na Foz do Amazonas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (22) que o governo não emitirá licença para a Petrobras pesquisar uma possível bacia de exploração de petróleo próxima à foz do Rio Amazonas, na costa marinha do Amapá, se isso gerar problemas ambientais para a região.
Lula, no entanto, disse “achar difícil” que haja esse impacto para o meio ambiente já que, segundo ele, o ponto de possível exploração fica a 530 km de distância da foz do rio.
“Se explorar esse petróleo tiver problemas para a Amazônia, certamente não será explorado. Mas eu acho difícil, porque é 530 km de distância da Amazônia. Mas eu só posso saber quando eu chegar lá [no Brasil]”, declarou.
O presidente falou sobre o tema pela primeira vez antes de embarcar de volta para o Brasil, em Hiroshima. O presidente foi ao Japão para participar como convidado da cúpula do G7, que reúne os países mais industrializados do mundo.
Pesquisa negada
Nas últimas semanas, o Ibama negou autorização para a Petrobras perfurar um poço de petróleo no litoral do Amapá, área considerada a foz do Rio Amazonas. A estatal aguardava esse aval para fazer uma perfuração de teste a cerca de 175 quilômetros da costa.
Um parecer contra a perfuração já havia sido divulgado pela área técnica do Ibama. Agora o presidente do órgão, Rodrigo Agostinho, acompanhou o parecer.
O documento técnico apontou que o plano da Petrobras para a área não apresenta garantias para atendimentos à fauna em possíveis acidentes com o derramamento de óleo. Outro ponto destacado seriam lacunas quanto a previsão de impactos da atividade em três terras indígenas em Oiapoque.
A decisão do Ibama gerou atritos no governo e entre parlamentares da região amazônica.
O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (AP), anunciou na última sexta sua saída do partido Rede Sustentabilidade – fundado pela atual ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. A disputa sobre a exploração de petróleo na região é apontada com um dos fatores para o desgaste.
Blocos de exploração localizados na bacia sedimentar da foz do amazonas
Divulgação/Ibama
Adicionar aos favoritos o Link permanente.