Mecânico se prepara para pedalar cerca de 300 quilômetros com cadela da família: ‘Inseparáveis’

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Beibeke chegou na família há 14 anos e ajudou o tutor a superar problemas como depressão e bipolaridade Alberto e Beibeke durante passeio na Cãominhada.
Reprodução
Quando o mecânico Alberto Tonielis, de 56 anos, começou a pedalar, não imaginou que a cadela quase idosa da família seria a maior motivação. Da parceria da vida para a bicicleta, os dois começaram percorrendo curtas distâncias e atualmente, já estão desbravando rodovias. De capacete e óculos de proteção, Beibeke é a maior companheira de aventuras do ciclista, tudo isso com quase 14 anos.
A próxima aventura dos dois será Bonito (MS). O itinerário começa em Campo Grande, com parada em Aquidauana e Guia Lopes da Laguna, tudo de bicicleta.
“Final desse mês eu quero sair numa sexta de manhã, a gente dorme em Aquidauana e no outro dia vamos até Guia Lopes, aí de lá para Bonito. Minha esposa vai de carro para dar apoio, para a Beibeke não cansar”, explicou.
A cadela chegou na família ainda filhote, com apenas dois meses. Ela foi um presente para a filha de Alberto, Poliana Tonielis, então com 17 anos, que detestou a ideia de início e queria que ela fosse devolvida.
Mas com o tempo, Beibeke conquistou o coração de todos, inclusive de Alberto. O nome diferente foi inspiração de um personagem de um livro que Poliana estava lendo na época e achou bonito.
“Eu não queria mais cachorro aqui em casa, mas não é a gente que escolhe o animal, é o animal que escolhe o tutor”, explicou. O que Alberto não esperava, é que criaria um laço emocional tão forte com a cadela. Quando o mecânico adoeceu, foi Beibeke que mais o apoiou e ajudou na recuperação, além do tratamento convencional.
O ciclista disse que faz tudo que pode por Beibeke.
Arquivo Pessoal
“Eu lutei com a depressão e bipolaridade e ela me ajuda bastante. Muitas vezes quando não estou bem, ela chega, deita do meu lado, põe a cabecinha no meu ombro e fica me olhando. Eu pensava que eu dava carinho para ela, mas sei que o que ela proporciona para mim é muito maior do que eu dou para ela”, enfatizou.
A cadela também é exemplo a ser seguido por muitos adultos no quesito alimentação. Ela segue um cardápio regrado com ração e legumes ralados, além de frutas.
“As preferidas dela são mamão, caqui e abacate. Às vezes eu faço nossa cestinha com as frutas e levo ela para o nosso piquenique. Levo ração, água, um forrinho e a gente senta para comer junto. Se tornou um vínculo que não consigo nem expressar”.
A bicicleta surgiu na vida deles há dois anos e só fortaleceu a relação dos dois. Devido a problemas de saúde, Alberto precisava praticar algum tipo de exercício físico. Ele até tentou o pilates, mas não deu certo.
“Eu sempre quis andar de bicicleta. Ai quando fui comprar a bike, vi que tinha umas cestinhas para vender. Olhei e pensei, ‘será que a Beibek cabe?’. Fui em casa, peguei ela e levei até a loja para testar, e ela coube”, lembrou Alberto.
Além da cestinha, ele também comprou uma bolsa estilo canguru para Beibeke não ficar cansada de andar na mesma posição por muito tempo. Quando o passeio é mais longo e os dois pegam alguma rodovia, Alberto também tem o cuidado de colocar algodão nas orelhas da cadela.
“Quando bate o ventinho na BR ela olha como se falasse, ‘pode ir rápido que eu tô gostando’. Não tem explicação, amo ela de paixão, a gente faz várias aventuras juntos. Quando eu faço trajetos mais longos, mais rápidos, e não levo ela, ela fica triste me olhando, como se perguntasse se ela não ia junto”.
O próximo passo da dupla é criar um perfil no Instagram para motivar outras pessoas a fazer o mesmo.
“Minha filha sempre fala para eu publicar as coisas que faço, mas não sou muito bom com tecnologias. Mas estou querendo fazer para incentivar outras pessoas”, completou.
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