Xanana Gusmão vence eleições no Timor Leste, mas ainda não obtém maioria

O Congresso Nacional para a Reconstrução de Timor-Leste (CNRT) foi o grande vencedor das eleições parlamentares realizadas no domingo (21) no país. Com 90% das urnas apuradas, a legenda liderada por Xanana Gusmão conta com 41,59% dos votos, um número expressivo, mas ainda insuficiente para obter maioria no Congresso. As informações são das agências Lusa.

Mantendo-se esses resultados, o CNRT garante ao menos 31 dos 65 assentos do Parlamento, obrigando Xanana Gusmão a montar um governo de coalisão.

Em segundo lugar está a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) liderada por Mari Alkatiri. A legenda contabiliza 26,4% dos votos, o que deve garantir 19 cadeiras no Parlamento. Em seguida aparece o Partido Democrata com 9,09% da votação e passa a ser o terceiro maior partido, com seis assentos na Casa. O Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (Khunto), por sua vez, manterá seus cinco lugares ao somar 7,25% de votos.

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) enviou uma missão de observação para acompanhar o pleito. Chefiada pelo embaixador angolano José Marcos Barrica, de Angola, a equipe acompanhou a votação na capital Dili e também nas cidades de Baucau, Ermera e Aileu. Em depoimento à RFi, ele afirmou que ainda há possibilidades de Xanana Gusmão obter maioria absoluta. “Dados que observamos indicam essa tendência. Se não conseguir maioria, penso que já terão alguma coligação em vista”, explicou.

O país conta com 890 mil eleitores, mas ainda não há informações sobre o comparecimento às urnas neste domingo. Ao todo, 17 legendas participaram das eleições neste domingo. Foi o quinto pleito no país desde a conquista da independência total em 2002.

A eleição ganhou um destaque importante por se tratar de um embate entre duas lideranças do movimento de independência do Timor-Leste – Gusmão e Alkatiri. O pequeno país, com 1,3 milhão de habitantes, ocupa a metade de uma pequena ilha em meio ao arquipélago da Indonésia. O país foi colonizado pelos portugueses até 1975, quando o regime indonésio ocupou a ilha, iniciando um processo de genocídio contra a população timorense.

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