Tarcísio diz que ViaMobilidade deve assumir obras da Linha 17-Ouro do monotrilho após rescisão com atual concessionária

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Governador de SP afirmou que rescisão com o Consórcio Monotrilho Ouro deve ser publicada no Diário Oficial desta terça-feira (23). Apenas no primeiro ano de concessão, completado em janeiro de 2023, as linhas operadas pela ViaMobilidade acumularam ao menos 132 falhas. Vigas da Linha 17–Ouro do Monotrilho do Metrô de São Paulo em obra na Marginal Pinheiros
Divulgação
O governo de São Paulo anunciou nesta segunda-feira (22) que a rescisão do contrato com o Consórcio Monotrilho Ouro, responsável pelas obras da Linha 17 do monotrilho, deve ser publicada no Diário Oficial do Estado desta terça-feira (23).
Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador do estado, afirmou que, entre as três opções para substituir a atual concessionária, a ViaMobilidade tem a preferência do governo para assumir os trabalhos na futura estação, que está em obras há mais de 10 anos. A ViaMobilidade é investigada pelo Ministério Público de São Paulo pela sequência de falhas nas linhas 8 e 9 de trens.
O governador informou que o Consórcio Monotrilho “não tem mais oxigênio financeiro” e apresentou três alternativas para resolver o problema:
Chamar o próximo [terceiro] colocado na licitação;
Fazer uma nova licitação;
“Aproveitar o fato de que, quando foi feita a concessão da Linha 5, foi feita a concessão da linha 17 junto. É uma linha que já tem concessionaria [ViaMobilidade]”.
Apenas no primeiro ano de concessão, completado em janeiro, as linhas operadas pela ViaMobilidade acumularam ao menos 132 falhas — número recorde nos últimos 10 anos, quando a TV Globo iniciou seu levantamento diário sobre os problemas no transporte.
“Observe, eu tenho recurso para fazer a obra, não tenho empresa. Se eu faço o aditivo no contrato de concessão e incluo a obra para dentro, eu pego esse recurso, transponho para a empresa para fazer o equilibro econômico-financeiro, e aí eu não tenho diluição de responsabilidade”, afirmou.
“Eu vou ter o concessionário já fazendo a obra da linha que ela mesma vai operar, estamos buscando essa alternativa”, completou Tarcísio. “Se esse caminho não for viável, a gente parte pra nova contratação da obra. Agora esse caminho que estamos propondo preferencial é o que encurta o cronograma porque, se isso der certo, a gente tem tudo pra, no final de 2025, início de 2026, estar com a Linha 17 operando.”
Histórico recente
As construtoras KPE e Coesa foram contratadas em julho de 2021, no governo de João Doria (ex-PSDB) por cerca de R$ 500 milhões para entregar as estações e a via por onde o monotrilho iria passar.
A TV Globo descobriu, por meia de Lei de Acesso à Informação (LAI), que o consórcio recebeu pouco mais de R$ 102 milhões pelo que efetivamente fez, e que responde a sete processos administrativos por descumprir pelo menos 12 prazos.
Na maior parte dos meses, a obra não avançou nem 1%. Mesmo assim, o Metrô autorizou a instalação de 67 escadas rolantes nas estações inacabadas. Cada uma delas custou R$ 558 mil. Os equipamentos estão protegidos por lonas plásticas, mas alguns estão parcialmente expostos ao tempo.
O monotrilho deveria ser mais barato e mais rápido de construir que uma linha de Metrô convencional, mas os 8 quilômetros da Linha 17 estão em obra há mais de dez anos;
Para efeito de comparação, 10 anos foi o tempo que o governo levou para entregar quase 13 km da segunda fase da Linha 5-Lilás do Metrô. Mesmo com atraso.
Protesto contra a ViaMobilidade e nº de falhas
Ato em frente à sede da CCR, nesta quinta (18)
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O grupo Frente Povo Sem Medo realizou, na última quinta-feira (18), um ato em repúdio às falhas constantes nas linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda de trens, em frente à sede da CCR, na Zone Oeste de São Paulo.
A empresa é responsável pela concessionária ViaMobilidade, que opera as duas linhas. Em 2023, elas já contabilizam pelo menos 43 falhas.
Com faixas e cartazes, os manifestantes alegaram sucateamento do serviço oferecido à população após a privatização das linhas e cobraram ações da empresa e do governo do estado para diminuir os problemas no transporte sobre trilhos.
Atrasos, superlotação, acidentes: veja o sufoco de quem depende de trens em São Paulo
Ato da Frente Povo Sem Medo em frente à sede da CCR
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Os problemas frequentes levaram o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) a abrir uma investigação, na qual foram constatados:
Dormentes de madeira em estado avançado de degradação;
Falta de parafusos em trechos dos trilhos;
Trilhos desgastados;
Trilhos sem grampo de fixação;
Falta de poda da vegetação ao longo das vias.
Em relatório, o MP sugeriu a troca de trilhos e aparelhos de mudança de via desgastados ou danificados e conclui que a concessionária deve acelerar as ações de melhorias nas linhas, além de antecipar a proficiência dos funcionários e obter o auto de vistoria dos bombeiros.
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