Baixada em Pauta #132: Ataques racistas exigem punições e educação antirracista se faz urgente: ‘cansados de desculpas’

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José Ricardo dos Santos, presidente da Associação Cultural dos Afrodescendentes da Baixada Santista (Afrosan), falou ao podcast sobre as dores vividas por pessoas pretas e quais ações deveriam ser tomadas para que outros Vinicius Jr’s., Genivaldos Santos [morto asfixiado em uma viatura da Polícia Rodoviária Federal], e demais anônimos possam ser poupados dos sofrimentos e riscos aos quais estão expostos diariamente. Podcast: Você pode ouvir Baixada em Pauta no g1, no Spotify, no Castbox, no Google Podcasts, no Apple Podcasts, no Deezer, no Hello You ou no aplicativo de sua preferência. Assine ou siga o Baixada em Pauta, para ser avisado sempre que tiver novo episódio no ar.

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Baixada em Pauta: José Ricardo, presidente da Afrosan, é o convidado da semana
Os crimes de racismo e injúria racial castigam a população preta todos os dias e, muitas das vezes, levam as vítimas à morte. No Brasil, segundo José Ricardo dos Santos, presidente da Associação Cultural dos Afrodescendentes da Baixada Santista (Afrosan), o tema costuma ser debatido quando algo ganha grande repercussão na mídia, mas depois esfria, o que prejudica a luta por mudanças.
Os ataques ao jogador Vinícius Jr. da seleção brasileira e do Real Madrid, da Espanha, que foi chamado de macaco por parcela relevante de torcedores do Valencia durante uma partida do campeonato espanhol, é o novo combustível para discutir o tema, para colocar o dedo na ferida, e ele espera que a chama não se apague.
“Enquanto a gente não tiver a conscientização da sociedade acerca do problema isso [racismo] vai continuar”. Para José Ricardo, boa parte da população ainda encara o crime como um “mi-mi-mi”, “besteira” e “choradeira” de quem é preto.
A estes questiona e responde: “Quem não é preto sabe o que é racismo? Não, mas eu sei. Eu sinto na pele e sei o que é ser seguido no supermercado, o que é não ter oportunidades”.
“Nós, que há tantos anos falamos isso [sobre racismo] estamos cansados, cansados de [pedidos de] desculpas”.
Educação antirracista e fim da omissão
Frase ‘Vidas Pretas Importam’ pintada na Avenida Paulista em 2020
Andre Penner/AP
Além exigir punições severas àqueles que cometam o crime, o presidente da Afrosan entende que já passou da hora das escolas colocarem em prática um plano de educação antirracista, e atuarem de forma exemplar em casos de xingamentos e ofensas entre estudantes para que a questão não seja tratada como “brincadeira” pelas crianças, pais e responsáveis.
“Eu não concebo [posso imaginar] uma criança que vem de uma família que é estruturada, que tem educação, chamar um coleguinha de macaco”. Ao mesmo tempo que lamenta a situação, o presidente da Afrosan aponta que é preciso se incomodar com a situação e agir.
O recado, segundo José Ricardo, é para a população negra e para os brancos que dizem não ser racistas. Para ele, todos devem se manifestar diante de algo errado – de injúria ou racismo.
“A pessoa pode denunciar, pode tentar de alguma forma amenizar a situação, mas todo mundo se mantém omisso. Não dá para entender que estamos chegando na metade do século 21 e estamos convivendo com essa omissão da sociedade”.
Diferença entre injúria e racismo
Arte/g1
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José Ricardo (à direita e ao fundo), presidente da Afrosan, conversou sobre racismo com os jornalistas Gustavo Zanarolli (de preto à esq), Matheus Müller (à esq) e Luiz Linna
g1 Santos
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