Plantio sem o uso de solo: conheça a primeira produção hidropônica de Rondônia

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Segundo os produtores, o principal desafio do tipo de plantio em Rondônia é driblar o calor intenso que acontece na região. A produção hidropônica chegou no Brasil na década de 80 e foi introduzida em Rondônia no ano de 1995. A técnica empregada foi empregada, pela primeira vez no estado, pela empresa AgroVida, que atualmente conta com seis hectares de terra construídos com estufas hidropônicas.
Produção da AgroVida, em Porto Velho.
Mylla Pereira/g1
A produção fica localizada em Porto Velho e surgiu da parceria de três irmãos que conheceram a técnica e decidiram investir em algo inusitado.
“A primeira vez que tivemos contato com a hidroponia foi por um vizinho, vimos uma fita de como funcionava e logo me interessei. O vizinho não foi pra frente, mas eu e meus irmãos fomos. Pesquisamos, erramos mais do que acertamos e deu certo”, conta um dos sócios, Vagner Velho.
O que é hidroponia?
Estufas de produção hidropônica em Porto Velho.
Mylla Pereira/g1
É uma técnica de produção agrícola alternativa, na qual o solo é substituído por uma solução aquosa contendo apenas os elementos minerais indispensáveis aos vegetais.
O termo surgiu do grego hydor, que significa água e ponos, que significa trabalho. O trabalho com a água é empregado diariamente. As hortaliças e vegetais são cultivados em estufas suspensas com canos que possuem buracos para encaixar cada produto.
Higienização do sistema hidropônico após colheita.
Mylla Pereira/g1
Ao g1, o produtor Vagner Velho contou que o principal fator para o funcionamento de uma produção hidropônica é a higiene. Após a colheita, a estrutura é toda higienizada para receber a próxima produção.
“Para funcionar tem que estar tudo muito limpo, existe um processo diário de limpeza para que a água e a estrutura permaneçam sempre em boas condições. A higiene é a base de tudo, se não higienizar não produz”, disse Velho.
Tomates produzidos por hidroponia em Rondônia.
Agrovida/Divulgação
Com um espaço de 10 hectares, a Agrovida produz diariamente 2 mil pés de alfaces, o que gera em torno de 70 mil pés de alfaces por mês. Além do alface, são produzidos agrião, rúcula, salsa, pepino, cebolinha, tomate cereja, manjericão e outros produtos.
Responsável pela plantação, Olindina Maia trabalha na empresa há 12 anos e conta como funciona o trabalho por lá.
“Eu moro bem aqui perto, gosto bastante de trabalhar aqui. É tudo sempre muito calmo e tranquilo. Durante o dia mudamos as hortaliças que já estão grandes para outra estufa, pela tarde fazemos o trabalho de plantar as mudinhas”, disse Olindina.
Olindina Maia da Silva, responsável pela plantação na Agrovida.
Mylla Pereira/G1
Trabalho em equipe e calor intenso
Um trabalho em equipe, que demanda diversos atores para se manter funcionando. Atualmente a empresa conta com 30 funcionários, que são responsáveis pelas etapas de plantio, colheita, separação, limpeza e destinação final.
Para Vagner, o principal desafio aqui em Rondônia é driblar o calor intenso que acontece na região.
“Quando decidimos trabalhar com hidroponia aqui, percebemos que era uma ideia inusitada e arriscada. O clima não ajuda, é muito quente, para essa técnica é uma complicação a temperatura da água passar de 30 graus. Fica praticamente impossível de produzir, cozinha a raiz”, explicou Vagner.
Mudas da plantação Agrovida.
Mylla Pereira/G1
Como alternativa para solucionar o problema, é preciso apostar na água mais uma vez. O topo das estufas são molhadas com frequência para diminuir a concentração de calor que prejudica a plantação.
O calor já prejudicou muitas colheitas. O sócio explica que o forte calor, além de cozinhar as raízes, acaba queimando as folhas. Mesmo com os diversos empecilhos, a produção mantém um bom índice de distribuição e abastece os grandes mercados da capital.
Produção hidropônica, em Porto Velho.
Mylla Pereira/G1
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