Produção de mel em Boa Esperança do Sul deve cair 70% neste ano, diz associação

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Causas da queda brusca são o uso de agrotóxico nas lavouras e as condições climáticas. Associação prevê queda na produção de mel em Boa Esperança do Sul
A safra de mel da deste ano em Boa Esperança do Sul (SP), que começa este mês, deve girar em torno de 300 mil toneladas. A quantidade representa um terço das 900 toneladas de 2022.
A estimativa da queda brusca de cerca de 70% é da Associação dos Apicultores de Boa Esperança do Sul (Apisboa), que reúne 30 produtores.
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Produção de mel em Boa Esperança do Sul deve ser bem menor do que a do ano passado
Ely Venancio/EPTV
A região de Boa Esperança produz mel desde a década de 1940 e é uma das maiores produtoras do Brasil, segundo a Apisboa, mas tem sido prejudicada ao longo dos últimos anos por fatores climáticos e pela agricultura.
Os apicultores se esforçam para ter um produto de qualidade. O produtor Ezequiel Valter da Conceição tirou 15 toneladas no ano passado. A produção é familiar e ele faz questão de fabricar até as caixas onde as abelhas são criadas.
“Eu acho que pra nós é melhor produzir porque sai tudo orgânico. Porque se você compra a madeira de fora, não sabe da onde vem, o que passaram nela. Aqui não, a gente compra madeira conhecida e a gente faz”, diz.
Mortalidade das abelhas
Envenenamento por agrotóxicos matou milhões de abelhas, aponta laudo (foto de arquivo)
Reprodução EPTV
Mas todo cuidado não tem sido suficiente e a produção sofre interferência externa, principalmente dos agrotóxicos pulverizados nas lavouras de cana e laranja.
“Por casa da mortalidade de abelhas, a gente vem sofrendo com a perda delas”, conta Tiago da Conceição, filho de Ezequiel e que há 20 anos ajuda o pai na produção de mel.
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Para o o presidente da Apisboa, Edson Alves de Assis, os produtores rurais deveriam adotar boas práticas de produção para proteger o meio ambiente.
“É só usar o agrotóxico biológico, que está na moda hoje. Meios têm, é só querer”, afirmou.
Apicultores de Boa Esperança do Sul devem ter produção menor neste ano
Ely Venancio/EPTV
O apicultor aposentado Cláudio Thomazin, que faz parte de uma das famílias pioneiras na apicultura de Boa Esperança do Sul lamenta a situação atual.
“Se não parar com o veneno não vai ter produção de mel. Não vai ter nem abelha mais. Um inseto tão admirado, tão valioso está se acabando.”
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