Cavalgada pelas ruas de Cafezal do Sul se firma como tradição familiar no interior do Paraná

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Tradição na cidade rendeu título de capital paranaense da cavalgada. Cavalgada pelas ruas é tradição em Cafezal do Sul
O costume que reúne inúmeras pessoas para andar pelas ruas da cidade a cavalo deu a Cafezal do Sul, no noroeste do Paraná, o título de capital paranaense da cavalgada.
“Cafezal. Vamos? Vamos! A melhor da região, é uma coisa que a gente não pode perder”, comenta o cavaleiro Lucas Henrique.
O sentimento do Lucas é compartilhado por diversas gerações. Em cima do cavalo, Mateus Medeiros, de nove anos, fala com entusiasmo sobre a atividade.
“Desde pequenininho eu sempre gostei. É uma diversão andar com animal mancinho”.
Na família do Ezequiel Alves também é assim. A filha Julia, de sete anos, vive o mundo das cavalgadas desde bem cedo.
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Cavalgada pelas ruas é tradição em Cafezal do Sul
Reprodução/RPC
Com chapéu rosa e laço na mão, ela comenta: “Eu me sinto livre, quando eu tô aqui em cima do cavalo, eu penso que sempre vai ser assim”.
E a ideia é que a tradição fique na família. “É muito emocionante. Estou vendo que ela está emocionada ali, querendo chorar. Mas é assim. Eu falo pra ela que, no dia que eu não estiver mais aqui, que ela dê continuidade”, completa Ezequiel.
A amazona Ágata Gabriele Canali trouxe o Galã pela primeira vez. Nas outras cavalgadas o parceiro era o Sereno, mas ele machucou a pata e não resistiu.
“É um sentimento estranho. Eu fico feliz porque eu tenho ele, mas ao mesmo tempo a gente fica meio nervoso porque a gente tinha o Sereno. E esse terço que eu carrego, o Sereno sempre vinha com ele nas cavalgadas”, diz.
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E, para celebrar, todo mundo precisa estar trajado a rigor. Para montar no animal, cada um tem seu jeito. Uns utilizam mais adereços para mais conforto, outros já são mais econômicos.
“Uma cela mais ou menos, um cavalo manso, para não chegar aqui e espantar. Está sendo a primeira cavalgada dele hoje, e ele está quietinho”, conta o cavaleiro Romildo da Cruz Prates.
Para todos, o objetivo é o mesmo: deixar a manifestação cultural cada vez mais viva. Há mais de 20 anos as ruas de Cafezal do Sul ficam tomadas por cavaleiros e amazonas nessa época.
História das cavalgadas
Cavalgada pelas ruas é tradição em Cafezal do Sul
Reprodução/RPC
Antes de ser atividade de lazer, a cavalgada surgiu como um trabalho, no século XVII.
Peões precisavam levar grupos de bois e cavalos de uma fazenda para outra, por longos trechos. No noroeste paranaense também foi assim, muito por conta das grandes criações de gado.
Certa vez, um morador de Cafezal do Sul foi passear em Minas Gerais e, por lá, viu um grupo de amigos andando a cavalo.
Resolveu trazer a ideia para o Paraná. Com o crescimento do evento, um projeto de lei aprovado em 2022 na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e a cidade foi batizada como a capital da cavalgada.
Neste ano o percurso foi de 14 quilômetros. Começou na cidade e se estendeu pela estrada rural que dá acesso aos sítios e fazendas da região, às margens da PR-323.
Cerca de cinco mil cavaleiros se reuniram. Vinicius Souza está participando pela quarta vez, montado em um boi que diz ser bem manso: “é gostoso demais, não tem comparação. Toda cavalgada aqui nós viemos com ele, é companheiro” comenta.
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