Doceiras estimam vender 1,5 milhão de unidades em feira tradicional de Pelotas (RS)

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Pelotas é a capital nacional do doce. Por lá, receitas únicas surgiram há mais de 200 anos, e seguem preservadas. A indústria do doce movimenta R$ 30 milhões por ano na economia da cidade. Fenadoce começa com expectativa de mais um recorde
O primeiro fim de semana da tradicional feira de doces de Pelotas, no Rio Grande do Sul, começou com expectativa de mais um recorde de vendas.
Avó e netas juntas, pela tradição. A Anette Ruas tem 68 anos, e aprendeu a fazer doces com a tia. Agora, tem a companhia da Valentina Lopes Dutra, de 6 anos.
“Eu amo fazer isso, porque todas as quartas-feiras eu venho aqui para eu poder ver e descobrir mais maneiras novas de como fazer esses doces, maravilhosos”, diz a criança.
“Acho que ela vai continuar, vai fazer o que eu estou fazendo aqui. Ela vai ser a nova doceira”, brinca Anette.
Pelotas é a capital nacional do doce. Por lá, receitas únicas surgiram, há mais de 200 anos, e seguem preservadas. A indústria do doce movimenta R$ 30 milhões por ano na economia da cidade.
Delícias que são resultado de uma mistura cultural. Dos portugueses, vieram as receitas à base de ovos; da África, ingredientes como o coco. Tradição que ganhou reconhecimento.
O jeito único de fazer doces em Pelotas é patrimônio imaterial do país. O que é feito lá ganha um selo: um certificado de origem e qualidade.
“O doce é muito gostoso e a receita, o cuidado, o carinho são perceptíveis quando você prova um produto desses”, afirma o empresário David Jeske.
Na cidade mais doce do Brasil, tem até museu, com os primeiros livros de receitas e tachos usados pelas doceiras.
“Essa tradição não é passada tão facilmente de mãe para filha, de avó para neta, como se fazia antes. Esse doce de ovos ou com frutas, no fogão à lenha, é raro, é bem difícil da gente comer. Então, a gente tem que incentivar que as novas gerações aprendam receitas e tenham gosto, porque isso que a gente faz e nos identifica”, conta Nóris Leal, diretora do Museu do Doce.
Até o dia 18 de junho, as doceiras da cidade estão reunidas na Feira Nacional do Doce. Elas esperam bater mais um recorde e vender 1,5 milhão de doces.
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