Estudante de Minas Gerais cria cédula de dinheiro simbólica e ganha prêmio na Itália

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Com a vitória de João Moreira, de 10 anos, no prêmio ‘Inventemos uma Nota’, o colégio onde ele estuda, em Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte, recebeu recursos para investir em projetos didáticos. Um estudante de Minas Gerais se inspirou numa das obras mais famosas do país pra ganhar um prêmio lá na Itália.
O desafio para concorrer ao prêmio “Inventemos uma Nota”, do banco central e do ministério da educação italianos, começou com lições de consumo consciente e sustentabilidade.
“Você compra algo que você não precisa e acaba tendo que descartar esse objeto. Você não sabe onde ele [o objeto] vai parar e ele pode, sim, prejudicar o meio ambiente”, conta Cecília Almeida, de 11 anos.
“A gente só coloca alguns pontos e eles mesmos discutem os pontos, eles mesmos dão as soluções. Eles pensam no que podem fazer para melhorar o nosso futuro”, explica a professora de matemática, Carla Gianturco.
A proposta era criar uma nota, uma cédula simbólica de dinheiro com temas específicos: as questões climáticas e os recursos da terra. O assunto foi discutido em sala de aula e passou por várias disciplinas, mas foi durante a aula de artes que o desenho ganhou forma.
O João Moreira, de 10 anos, concluiu a tarefa em casa. Ele pediu para mãe colocar na tela do computador a obra Abaporu, da artista brasileira Tarsila do Amaral.
“Eu quis desenhar uma árvore frutífera para homenagear o Brasil, com alguns animais da fauna brasileira, um rio e as plantas. Mico-leão-dourado, tucano, onça, canarinho amarelo, borboletas e papagaio”, diz o garoto, que foi o vencedor do concurso.
“Eu deixei ele quietinho fazendo o desenho e quando ele me mostrou eu falei: ‘João, que desenho lindo’”, conta a mãe, Carol Horta.
O desenho concorreu com trabalhos de estudantes de escolas italianas do mundo todo. A cédula imaginária do João vai ser destaque num livro publicado na Itália, que vai ser distribuído em vários países.
Com a vitória, o colégio onde ele estuda, em Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte, recebeu recursos para investir em projetos didáticos.
“Quando um aluno traz aquele conhecimento, que nem o João trouxe, evidencia, ali, que tem repertório da família, tem repertório da escola, as interações com os colegas. Mas têm o lado do João também, que acho que vai ser um artista”, afirma a diretora do colégio de João, Márcia Naves.
O prêmio deu um orgulho danado para escola e para os colegas.
“Eu achei que ficou muito lindo, criativo, ficou diferente também, porque pegou uma obra de alguém e criou a obra dele. Aí deu nisso”, conta a colega de João, Eduarda Azevedo.
“Eu acho que eu estou levando a nossa cultura brasileira para fora do país”, finaliza o jovem.
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