Marinha encontra corpo em área onde navio de carga com nove pessoas afundou no litoral de Pernambuco


Embarcação Concórdia afundou no domingo (15), a cerca de 15 quilômetros da praia de Ponta de Pedras, em Goiana. Quatro pessoas foram resgatadas com vida, quatro morreram e uma está desaparecida. Navio cargueiro afunda no litoral de Pernambuco e deixa pelo menos 4 mortos
Reprodução/TV Globo
A Marinha informou que encontrou, nesta quinta-feira (19), um corpo na área onde o navio de carga Concórdia afundou, a cerca de 15 quilômetros da praia de Ponta de Pedras, em Goiana, no Litoral Norte de Pernambuco, no fim de semana. Não foi confirmado se o corpo é do último tripulante da embarcação que está desaparecido.
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O navio afundou na noite do último domingo (15), quando seguia para o arquipélago de Fernando de Noronha. Segundo a Capitania dos Portos, a tripulação era formada por nove pessoas. Quatro delas foram resgatadas com vida e outras quatro morreram.
Em nota divulgada na noite desta quinta, a Marinha informou que o corpo foi achado no fim da tarde e levado ao Instituto de Medicina Legal (IML), no Recife, para que seja identificado. Além disso, mergulhadores da Capitania dos Portos inspecionaram o casco do navio, que se encontra a cerca de 24 metros de profundidade.
Uma das vítimas que não tiveram a morte confirmada, nem foram resgatadas com vida até o momento é o comandante da embarcação, Edriano Gomes de Miranda, de 48 anos. Ele é natural de Rio do Fogo, no Rio Grande do Norte, e tem muitos anos de experiência trabalhando com transporte marítimo, de acordo com a família.
A esposa de Edriano, Bruna da Silva, contou que recebeu do marido mensagens falando sobre os problemas do cargueiro enquanto o navio inclinava em alto-mar.
Segundo Bruna, o comandante achava que o barco estava sem condições de navegar por causa do grande peso da carga transportada. Além disso, de acordo com ela, o leme do navio estava quebrado desde o mês passado, o que deixou a tripulação com medo.
Procurada, a defesa da AGS Fretes Marítimos, dona do Concórdia, negou que a embarcação estivesse com excesso de peso. Segundo o advogado Jadson Borges, o barco partiu com 120 toneladas de alimentos e materiais de construção, abaixo da capacidade máxima, de até 180 toneladas.
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O naufrágio
Imagens mostram navio Concórdia pouco antes de afundar no litoral pernambucano
O navio Concórdia partiu do Recife no sábado (14) e tinha como destino final o arquipélago de Fernando de Noronha, carregando alimentos e materiais de construção (veja vídeo acima);
Mozart Fonseca, um dos sobreviventes, contou que a equipe notou algo errado ainda durante a tarde, antes do naufrágio, que aconteceu no domingo (15);
Ele contou que a embarcação começou a perder o controle nas imediações da Reserva de Acaú, em Goiana;
Depois que parte da carga se soltou no mar, a tripulação decidiu voltar para a capital pernambucana e foi nesse trajeto de retorno que a embarcação naufragou;
Conforme outro sobrevivente, o marinheiro auxiliar Edvaldo Baracho da Silva, a embarcação afundou depois de eles pedirem ajuda ao rebocador;
O navio rebocador conseguiu prender um cabo ao Concórdia, mas depois de perceber que o navio estava inclinando e afundava, cortou o cabo e iniciou uma manobra para salvar os tripulantes;
Por ser muito grande, o rebocador levou cerca de uma hora para completar a manobra e concluir o resgate, o que fez com que os marinheiros precisassem resistir algum tempo na água até serem resgatados;
Os quatro sobreviventes foram resgatados em “bom estado de saúde” e receberam atendimento de uma equipe médica da Marinha, em Goiana, antes de serem encaminhados para o Recife.
Os corpos de três tripulantes que morreram após o naufrágio foram encontrados a cerca de 4 quilômetros da costa, na segunda-feira (16), e depois o quarto corpo foi achado;
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