Fusão Bunge-Viterra impulsiona maior exportadora de grãos do Brasil

Especialistas afirmaram que a fusão anunciada entre a Bunge e a Viterra, da Glencore, no valor de US$ 34 bilhões, resultará em um aumento do domínio no mercado do maior exportador de grãos e processador de trigo do Brasil, o que poderá gerar uma vantagem ainda maior sobre os agricultores em algumas regiões.

Além de já ser considerada a maior exportadora de milho e soja do Brasil, a Bunge agregará as operações da Viterra, que ficou em terceiro lugar no ranking de milho e em sétimo lugar no ranking de soja no ano passado, de acordo com dados da transportadora Cargonave.

Essa união de operações poderá resultar em um volume até duas vezes maior do que o da segunda colocada no ranking, a Cargill, e provavelmente representará menos de 12% da origem da produção brasileira, segundo um executivo de uma importante empresa de negociação no Brasil.

Apesar de esse movimento de fusão entre as gigantes do agronegócio poder influenciar os agricultores em algumas partes do Brasil, três especialistas do setor acreditam que é improvável que isso desperte o escrutínio dos reguladores antitruste.

No entanto, o impacto dessa fusão poderá ser mais significativo na fronteira agrícola do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), onde a rápida expansão resultou em menos comerciantes em algumas áreas. Além disso, a falta de capacidade de armazenamento em partes do Estado de Mato Grosso pode deixar alguns agricultores em desvantagem em um mercado mais concentrado nas compras de grãos.

Até o momento, a associação de produtores de soja, Aprosoja, não se pronunciou sobre o assunto.

Uma fonte do setor afirmou que é possível que o escrutínio antitruste seja mais provável na indústria brasileira de moagem de trigo, onde a Bunge e a Viterra detêm cerca de 30% do mercado de farinha.

De acordo com a fonte, a Bunge e a M Dias Branco são os principais produtores de farinha de trigo do Brasil, seguidos por J. Macedo e Viterra. A associação de moagem de trigo, Abitrigo, optou por não comentar sobre o assunto.

Com base nos dados da associação da indústria Abiove, parece haver pouca sobreposição na indústria brasileira de esmagamento de oleaginosas, sendo que apenas uma planta de esmagamento de soja pertencente à Viterra é listada no Estado do Mato Grosso do Sul.

Até o momento, as equipes de relações públicas da Bunge e da Viterra no Brasil não responderam imediatamente ao pedido de comentário.

Fonte: Forbes

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