Maioria do Copom já vê abertura para queda dos juros na próxima reunião, diz ata

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Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) divulgou nesta terça-feira (9) a ata de seu último encontro, na semana passada. Segundo o documento, a avaliação predominante entre os membros do grupo foi de que a continuação do processo desinflacionário em curso, com consequente impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião.

Outro grupo, porém, mostrou-se mais cauteloso, já que a dinâmica desinflacionária ainda reflete o recuo de componentes mais voláteis e que a incerteza sobre o hiato do produto gera dúvida sobre o impacto do aperto monetário até então implementado.

Para esse grupo, é necessário observar maior reancoragem das expectativas longas e acumular mais evidências de desinflação nos componentes mais sensíveis ao ciclo. Entretanto, os membros do Comitê foram unânimes em concordar que os passos futuros da política monetária dependerão da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.

Decisão

Na quarta-feira (21), pela sétima vez consecutiva, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) decidiu por manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano, conforme expectativa do mercado. Assim, o patamar de juros no país está no maior nível desde dezembro de 2016.

Como nas decisões anteriores neste ano, a manutenção do patamar ocorre em meio a pressões de governos, empresários e entidades representantes dos setores produtivos para que se inicie o ciclo de fim do aperto monetário.

Grande parte do mercado acreditava que o BC deveria começar a cortar os juros a partir de seu próximo encontro, no início de agosto. Contudo, no comunicado, o Copom volta a citar “paciência e serenidade” com a condução da política monetária em relação à inflação.

Contudo, mais do que a decisão em si, a expectativa maior era pelo comunicado que o Copom divulga contextualizando sua decisão. Esperava-se que o texto indicasse o início do ciclo de afrouxo monetário, ou, o início de cortes na taxa.

Mas o tom do Comitê não foi nessa linha. O Comitê voltou a citar “paciência e serenidade” com a condução da política monetária em relação à inflação.

O comunicado comenta o cenário doméstico, avaliando que “o conjunto dos indicadores mais recentes de atividade econômica segue consistente com um cenário de desaceleração da economia nos próximos trimestres”, diz.

“O crescimento acima do esperado no primeiro trimestre refletiu principalmente o forte desempenho do setor agropecuário. Não obstante o arrefecimento recente dos índices de inflação cheia ao consumidor, antecipa-se uma elevação da inflação acumulada em doze meses ao longo do segundo semestre. Ademais, diversas medidas de inflação subjacente seguem acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação”, conclui o comunicado da semana passada.

*Em atualização

Este conteúdo foi originalmente publicado em Maioria do Copom já vê abertura para queda dos juros na próxima reunião, diz ata no site CNN Brasil.

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