Bolsonaro diz ter “bala de prata” em caso de inegibilidade

bolsonaro-diz-ter-“bala-de-prata”-em-caso-de-inegibilidade

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se disse “imbrochável até que se prove o contrário” ao comentar sobre o julgamento desta 3ª feira (27.jun.2023) no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), apesar de reconhecer a possibilidade de se tornar inelegível.

Nesse caso, Bolsonaro afirmou ter uma “bala de prata” para 2026. Ele também voltou a especular sobre a chance de a decisão ser revertida daqui a 3 anos, quando o ministro Kassio Nunes Marques será o presidente da Corte Eleitoral e André Mendonça, o vice. Ambos foram indicados por Bolsonaro para o STF (Supremo Tribunal Federal).

Formulário de cadastro
E-mail
WhatsApp

Inscreva-se

Telegram

Inscreva-se

“Eu sou imbrochável até que se prove o contrário. Vou continuar fazendo a minha parte”, afirmou Bolsonaro em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo publicada na 2ª feira (26.jun.2023).

Apesar do risco de condenação, o ex-presidente disse achar “possível” a mudança do veredito quando novos ministros assumirem a presidência da Corte Eleitoral. “O que a gente sabe sobre o julgamento é pela imprensa. O [ministro] Alexandre [de Moraes] teria já enquadrado todo mundo para não pedir vista”, acusou, afirmando que o julgamento é “de acordo com a cara do freguês”.

Caso não possa se candidatar nas próximas eleições para o Planalto, em 2026, o ex-presidente afirmou ter uma “bala de prata”, sem especificar do que se trata.

Questionado sobre um possível apoio ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Bolsonaro elogiou sua atuação, mas disse teria que conversar com ele antes. Ex-ministro da Infraestrutura, Tarcísio tem sido frequentemente citado como um potencial sucessor do ex-presidente no campo da direita.

Sobre a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), que tem ganhado relevância no cenário político desde a campanha eleitoral de 2022, o ex-chefe do Executivo afirmou que sua mulher poderá se candidatar se quiser, mas avaliou que ela não tem a experiência necessária para o cargo.

Para ser prefeito de cidade pequena já não é fácil. Lidar com 594 parlamentares não é fácil também. Eu acredito que ela não tem experiência para isso. Mas é excelente cabo eleitoral.

O julgamento desta 3ª feira (27.jun) trata da reunião do ex-chefe do Executivo com embaixadores no Palácio da Alvorada, em julho de 2022. Na ocasião, Bolsonaro questionou o resultado do processo eleitoral de 2018, levantou dúvidas sobre as urnas eletrônicas e criticou ministros de tribunais superiores. O evento foi transmitido pela TV Brasil.

Na reunião com embaixadores, eu não ataquei o sistema eleitoral. Eu mostrei como é o sistema eleitoral”, se defendeu. O ex-presidente também voltou a desassociar seu discurso aos atos do 8 de Janeiro, culpando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e dizendo que quem invadiu e depredou os prédios dos Três Poderes foram “vândalos”, e não as pessoas que estavam acampadas no QG do Exército.

Aquela imagem do cara com a minha camisa quebrando um relógio no Palácio do Planalto, por exemplo: a informação que chegou para mim é que foi o núcleo lá do Lula que mandou divulgar aquela cena”, afirmou.

O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, suspendeu o julgamento na 5ª feira (22.jun) depois da apresentação do parecer do MPE (Ministério Público Eleitoral), que defendeu a inelegibilidade de Bolsonaro, mas foi contra a procedência da ação contra o ex-vice-presidente eleito na mesma chapa, Walter Braga Netto (PL).

Nesta 3ª (27.jun), a análise será retomada com a leitura do voto do relator, ministro Benedito Gonçalves. O julgamento para tornar Bolsonaro inelegível por 8 anos.

Entenda o caso:


Leia outros assuntos abordados na entrevista:

  • golpe de Estado – “Desde janeiro de 2019 falaram que eu ia dar o golpe: ‘Vai dar o golpe, vai dar o golpe’. ‘Olha, botou militar’. Eu botei gente que era do meu círculo de amizade. Se eu fosse petista, ia botar ladrões lá. […] Se fala em golpe no Brasil desde 1964. A coisa mais fácil é tomar alguma coisa estando no governo. Mas e o after day [dia seguinte]?”
  • sair do país – “Eu tenho um convite para trabalhar nos Estados Unidos. Lá vivem, eu calculo, 1,4 milhão de brasileiros. Não sei o número exato. Fui convidado para ser garoto propaganda lá. […] Mas eu não quero abandonar meu país.
  • arrependimentos da pandemia – “Eu falaria menos com vocês da imprensa […], porque tudo é distorcido.
  • imunidade parlamentar – “Se o deputado quiser defender o fim da Lei Áurea, ele pode. Ninguém vai bater palma para ele, […] mas é um direito dele. Se ele quiser falar contra ou a favor da Rússia, ele pode. Se ele quiser falar ‘dá golpe ou não dá golpe’, eu entendo que ele pode. É a liberdade do cara. É melhor o maluco falando do que conspirando.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.