Inflação nos EUA cai a 2,1% em 12 meses em setembro (PCE)

(COMBO) Montagem de fotos criada em 30 de outubro de 2024 que mostra Kamala Harris e Donald Trump em campanhaANGELA WEISS

ANGELA WEISS

A inflação nos Estados Unidos caiu em setembro ao menor nível desde fevereiro de 2021 na medição em 12 meses, segundo o índice PCE, o mais seguido pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano), publicado nesta quinta-feira (31), a cinco dias das eleições presidenciais.

Desta forma, o PCE chegou a 2,1% na medição anual, contra 2,3% em agosto, se aproximando da meta de 2% do Fed, um nível considerado saudável para a economia. No entanto, na medição mês a mês, entre agosto e setembro, os preços aumentaram 0,2%, pouco acima do 0,1% de aumento entre julho e agosto.

Os dados estão em linha com o esperado pelos analistas.

A inflação subjacente, que exclui os preços mais voláteis como alimentação e energia, se manteve estável em 12 meses em setembro, em 2,7%. Também teve uma ligeira variação positiva na medição mês a mês entre agosto e setembro, passando a 0,3% frente ao 0,2% entre julho e agosto.

O outro índice inflacionário, o IPC ou Índice de Preços ao Consumo, publicado dias atrás, também cedeu em setembro ao seu nível mais baixo desde fevereiro de 2021 (2,4% em um ano).

A inflação ocupa um lugar central na corrida pela Casa Branca antes das eleições de 5 de novembro entre a vice-presidente Kamala Harris e o ex-presidente republicano Donald Trump.

Quarenta e um por cento dos americanos declaram que a inflação é sua principal preocupação econômica, segundo uma pesquisa da Bankrate publicada em 15 de outubro. Entre os republicanos, a porcentagem aumenta para 56%, e entre os democratas cai para 28%.

A disparada de preços desde 2021, durante a recuperação econômica pós-pandemia, com Joe Biden recém-chegado ao governo, é um dos fatores mais difíceis para os democratas superarem na corrida pela presidência.

– Contraste –

Em todo o país, diante das casas dos eleitores republicanos, foram instalados pequenos cartazes com os seguintes dizeres: “Trump preço baixo, Kamala preços altos”.

No sábado, durante um ato eleitoral em Nova York, Trump prometeu que tornaria o custo de vida “novamente acessível nos Estados Unidos”, mediante redução de impostos.

Na quarta-feira, Kamala Harris afirmou que tem “um plano muito preciso e detalhado para reforçar” a economia. “Exímios economistas examinaram meu plano e indicaram que reforçará a economia, e (disseram) que o plano de Donald Trump a enfraquece”, afirmou.

Para enfrentar a inflação, o Fed aumentou suas taxas de juros a níveis máximos em mais de 20 anos. Taxas altas encarecem o crédito e desestimulam o consumo e o investimento, reduzindo, desta forma, as pressões sobre os preços.

Com a inflação próxima à meta do Federal Reserve, o banco central mudou seu foco de preocupação para o desemprego.

O Fed tem duas tarefas: manter a inflação sob controle e conquistar o pleno emprego.

Por isso, em setembro, começou reduzir as taxas de juros de referência, um movimento que deve continuar na próxima reunião de 6 e 7 de novembro, exatamente um dia depois das eleições.

O mercado espera um novo corte, desta vez de 0,25% em vez de 0,5%, para que as taxas cheguem a um patamar de 4,50% a 4,75%, segundo o consenso reunido pelo CME Group.

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