Chega a 14 o número de mortos no prédio que desabou na Região Metropolitana do Recife

Defesa Civil do município do Paulista interditou mais três prédios, chegando a seis o total de blocos que tiveram que ser desocupados. Chega a 14 o número de mortos no prédio que desabou na Região Metropolitana do Recife
Jornal Nacional/ Reprodução
Bombeiros encontraram neste sábado (8) os corpos dos últimos moradores desaparecidos no desabamento de um prédio na Zona Metropolitana do Recife; 14 pessoas morreram.
Uma corrida contra o tempo. Equipes do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil e voluntários da comunidade ainda buscavam possíveis sobreviventes. Um guincho removia placas de concreto e pedaços de paredes. O trabalho atravessou a madrugada. Os bombeiros tentavam ouvir algum sinal dos moradores soterrados.
Na manhã deste sábado (8), os bombeiros encontraram o corpo de Eloá Soares da Silva, de 21 anos. Também morreram no desabamento a mãe e dois irmãos dela.
Por volta das 10h, um casal, que morava no segundo andar, foi encontrado. A mulher de 37 anos e o marido, de 40, morreram quando parte do prédio de quatro pavimentos desabou.
As últimas três vítimas foram localizadas às 14h10, cerca de 32 horas depois do desabamento. Os bombeiros encontraram os corpos de Marcela, de 42 anos, e dos filhos Wallace, de 10, e Maria Flor, de 6, deitados na cama abraçados.
“Eles se encontravam em uma cama de casal. A mãe deitada e os dois filhos ao lado dela. Um do lado direito e outro do lado esquerdo”, conta a capitã do Corpo de Bombeiros Maria Gabriela Barbosa.
Marcela era mãe de Evelyn, de 15 anos, resgatada com vida na noite de sexta-feira (7). Além da mãe e dos irmãos, ela perdeu também o namorado.
Ao todo, 14 pessoas morreram no desabamento. Eram famílias em situação de rua que ocuparam o prédio interditado pela Justiça desde 2010. O condomínio Beira-Mar tem 29 prédios, que também apresentam problemas de construção.
Neste sábado (8), a Defesa Civil do município do Paulista interditou mais três prédios, chegando a seis o total de blocos que tiveram que ser desocupados.
O aposentado Francisco Augusto de Souza Costa, de 78 anos, deixou para trás o patrimônio de uma vida. Neste sábado, ele, a mulher e três filhos vão dormir na casa de um cunhado.
“A cozinha afundou, veio a Defesa Civil e tirou foto do apartamento todinho, e a ordem foi sair todo mundo. Como está saindo todo mundo, não vai ficar ninguém”, diz Francisco.
No prédio do comerciário Clécio Santos Bunzen, 16 famílias também tiveram que sair.
“Muito difícil. Uma coisa que a gente construiu, que a gente comprou. Um sonho de uma casa. E, hoje em dia, sair assim, perder o nosso imóvel, é muito difícil”, lamenta.
Em meio a tantas perdas e desolação, o resgate das cadelas Mel e Mila foi festejado pelas equipes de buscas. A dona delas, uma mulher de 65 anos, foi a primeira moradora retirada com vida dos escombros e se recupera dos ferimentos.
Aila, cachorra farejadora do Corpo de Bombeiros, fez a vistoria final para confirmar que não havia mais vítimas entre os escombros.
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