Dono de loja de armas é preso no ES por venda ilegal; entrega em tempo recorde chamou a atenção


Além da prisão, 49 armas, munição e documentos falsos foram apreendidos. Operação foi realizada pela Polícia Civil e Exército Brasileiro. Suspeito era armeiro e a menos de 2 anos abriu a própria loja. Empresário é preso por tráfico de armas em Cachoeiro de Itapemirim
Um empresário de 39 anos suspeito de comercializar armas ilegalmente foi preso, em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo. Na mesma operação, 49 armas, munição e documentos falsos foram apreendidos. As informações foram divulgadas pela Polícia Civil nesta sexta-feira (27).
A polícia informou que suspeito é conhecido no rol dos amantes de armas de fogo como armeiro. A menos de dois anos abriu a própria loja. “Clientes de todo o Brasil vinham comprar com ele”, falou o titular da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme), delegado Guilherme Eugênio Rodrigues.
O homem, que não teve a identidade revelada, foi preso em flagrante e autuado por uso de documentos falsos, comércio ilegal de armas e associação para o tráfico. Ele segue preso preventivamente.
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A prisão foi executada pela Desarme, com apoio do Exército Brasileiro e da Delegacia Regional de Cachoeiro de Itapemirim, no dia 18 de dezembro, durante uma operação no bairro Village da Luz.
De acordo com o titular da delegacia, a investigação começou depois que a delegacia recebeu uma notícia crime de pessoas que atuam legalmente como instrutoras de tiros e comerciantes de armas, que perceberam indícios de irregularidades na comercialização promovida pelo estabelecimento do investigado.
Empresário é preso por tráfico de armas no ES; entrega em tempo recorde chamou a atenção. Espírito Santo
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‘Caminho mais curto’
Enquanto a aquisição de uma arma com autorização do Exército Brasileiro pode levar mais de um ano, na loja do empresário, em alguns casos, o equipamento era entregue no mesmo dia.
Empresário é preso por vender armas irregularmente em Cachoeiro de Itapemirim
“Imagina, de repente uma loja aparece e promete desembaraçar o procedimento burocrático com uma incrível agilidade, prometia eficiência maior, custo menor e conseguia entregar uma arma muitas vezes até no mesmo dia. Ele dizia para os clientes que tinha um caminho mais curto”, falou o delegado.
O ‘caminho mais curto’, segundo Rodrigues, era dizer aos clientes que a fiscalização e liberação para o uso seria feito por uma unidade do Exército no Rio de Janeiro, por isso a liberação do equipamento seria mais rápida.
Segundo a polícia, 15 armas foram vendidas ilegalmente, desde o ano passado, a maioria dos clientes são do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. Também foi identificado que nove armas saíram do estoque da empresa de forma misteriosa.
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Falsificação de documentos
De acordo com a polícia, o empresário é formado em engenharia mecânica, credenciado pela Polícia Federal para realizar manutenção e customização de armas legalmente.
“Ele é conhecido no rol dos amantes de armas de fogo em Cachoeiro como um ótimo armeiro e mais recentemente resolveu se transformar também em um empresário do ramo de vendas de armas de fogo. Clientes de todo o Brasil vinham comprar com ele”, falou o delegado.
Empresário é preso por tráfico de armas no ES; entrega em tempo recorde chamou a atenção. Espírito Santo
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A loja do investigado tem autorização para funcionamento e as armas entravam no estabelecimento de maneira legal, a falsificação de documentos começou, segundo a polícia, para que o homem pudesse obter mais lucro.
“Ele tinha autorização para comprar armas nacionais, para importar não. Mas falsificou autorização para comprar equipamentos internacionais, bem como, para dar treinamento de tiro em um stand montado na loja e a documentação para habilitar a pessoa como CAC. Falsificou autorização para receber armas de terceiros. […] E usava a documentação falsa para justificar a saída da arma do estoque”, explicou.
Loja fechada e triagem de clientes
O delegado disse ainda que a loja do empresário, que funcionava em Cachoeiro de Itapemirim, foi fechada pelo Exército e permanece assim desde o dia da operação. Já as armas foram apreendidas pela Polícia Civil, que iniciou o processo de identificação das mesmas.
“Mesma armas adquiridas legalmente não poderiam permanecer lá. O exército fechou a loja e armas apreendidas por nós. Bloqueamos as contas bancárias com autorização da Justiça, quebramos o sigilo bancário e começamos o processo de identificação das armas de fogo”, enumerou.
Também está sendo realizada uma triagem para descobrir quem são os clientes, inicialmente entendidos apenas como compradores, que foram enganados pela documentação falsa apresentada.
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