Premiê do Reino Unido diz que países europeus podem mandar tropas para a Ucrânia para garantir paz na Ucrânia após eventual acordo com a Rússia


Starmer tamém cobrou americanos. Líderes europeus se reuniram nesta segunda-feira (17), de olho na aproximação entre EUA e Rússia. Europa quer participar das negociações por paz e teme pela própria segurança. Ligação de Putin e Trump choca Europa e presidente da Ucrânia diz que não aceitará acordo sem participar de negociação
Após a reunião de emergência de líderes europeus nesta segunda-feira (17), o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, disse que deve haver um compromisso de segurança dos EUA para que os países europeus enviem forças de paz do pós-guerra para a Ucrânia e que era muito cedo para dizer quantos soldados britânicos ele estaria disposto a mobilizar.
“A Europa deve desempenhar seu papel, e estou preparado para considerar enviar forças britânicas no solo junto com outras, se houver um acordo de paz duradouro, mas deve haver um apoio dos EUA, porque uma garantia de segurança dos EUA é a única maneira de efetivamente dissuadir a Rússia de atacar a Ucrânia novamente”, disse Starmer aos repórteres.
A reunião desta segunda foi convocada pelo presidente da França, Emmanuel Macron, diante dos últimos acontecimentos envolvendo o conflito:
Na quarta-feira (12), o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que conversou com o líder russo Vladimir Putin sobre a guerra na Ucrânia.
No mesmo dia, o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, afirmou que é improvável que a Ucrânia recupere todo o território que controlava em 2014, quando a Crimeia foi anexada pela Rússia.
A Ucrânia e líderes europeus passaram a desconfiar que os Estados Unidos poderiam negociar um acordo de paz com a Rússia sem a participação do governo ucraniano.
Na quinta-feira (13), Trump declarou que a Ucrânia teria “um lugar à mesa” nas negociações para o fim do conflito.
O presidente americano também chegou a anunciar um encontro entre autoridades dos Estados Unidos, Ucrânia e Rússia na Alemanha, na sexta-feira (14). No entanto, o governo ucraniano afirmou que não conversaria com os russos antes de traçar um plano com seus aliados.
AO VIVO: Acompanhe as últimas atualizações do encontro em Paris entre líderes europeus sobre a guerra Ucrânia
🌍 Temor europeu: Os Estados Unidos sugeriram que a Europa poderia não ter um papel ativo nas negociações para o fim da guerra na Ucrânia, o que gerou preocupações entre os líderes europeus. Além disso, há receio de que um possível acordo favoreça a Rússia.
Especialistas militares europeus alertam que concessões excessivas a Moscou, como a entrega de territórios ucranianos, colocariam a segurança do continente em risco.
Dentro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), também causou incômodo o fato de Trump ter ligado para Putin sem antes discutir um plano de paz com os aliados europeus.
Ao mesmo tempo, reuniões anteriores da União Europeia revelaram divergências internas sobre a formulação de um plano coeso para conter Putin e garantir a segurança da Ucrânia.
Para tentar acalmar os ânimos, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou no domingo (16) que a Europa faria parte de quaisquer “negociações reais” para o fim da guerra.
Os EUA também enviaram um questionário às autoridades europeias perguntando, entre outros pontos, quantas tropas cada país poderia disponibilizar para garantir a implementação de um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia.
👀 Interesses dos EUA: Trump condicionou a ajuda dos EUA à Ucrânia em troca de direitos sobre as chamadas “terras raras”.
Essas regiões ucranianas possuem minerais valiosos, essenciais para a indústria eletrônica.
Entre os recursos encontrados nessas áreas estão manganês, urânio, titânio, lítio, minérios de zircônio, além de carvão, gás e petróleo.
Inicialmente, Zelensky havia elaborado um “plano da vitória” que permitia a exploração desses minerais por aliados em solo ucraniano.
Diante da aproximação entre Trump e Putin, o presidente ucraniano demonstrou preocupação. Em entrevista à rede americana NBC, Zelensky questionou se os minerais localizados em áreas da Ucrânia atualmente ocupadas pela Rússia seriam entregues a Putin em um eventual acordo.
Zelensky afirmou ainda que a Ucrânia recusou um acordo proposto pelos Estados Unidos sobre as terras raras, já que o governo Trump não forneceu as garantias de segurança necessárias.
Autoridades dos EUA e da Rússia devem se reunir na Arábia Saudita nos próximos dias para iniciar as negociações sobre o fim da guerra.
✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
Europa com Zelensky
Tropas durante a guerra na Ucrânia
Reuter
Na sexta-feira (14), antes da convocação da reunião de emergência, Macron publicou uma mensagem nas redes sociais afirmando ter conversado com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Ele também mencionou os esforços de Trump.
“Se o presidente Donald Trump puder realmente convencer o presidente Putin a parar a agressão contra a Ucrânia, isso é uma ótima notícia. Então, serão os ucranianos sozinhos que poderão conduzir as discussões para uma paz sólida e duradoura. Nós os ajudaremos nesse esforço”, afirmou.
Macron também afirmou que a Europa precisa fortalecer a segurança coletiva do continente, tornando-se mais autônoma.
Já o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, declarou neste domingo que está pronto para enviar tropas britânicas à Ucrânia como parte de uma missão de manutenção da paz no pós-guerra.
Segundo Starmer, a presença de tropas europeias na Ucrânia será essencial para impedir novas agressões de Putin.
Nesta segunda-feira, além de Macron e Starmer, outras autoridades europeias devem participar da reunião de emergência, como:
Olaf Scholz, chanceler da Alemanha;
Giorgia Meloni, primeira-ministra da Itália;
Mark Rutte, secretário-geral da Otan.
VÍDEOS: mais assistidos do g1
Adicionar aos favoritos o Link permanente.