
A Justiça de Minas Gerais aceitou a denúncia do Ministério Público e tornou réus Thiago Schafer Sampaio, 27 anos, e Lucas Rodrigues Pimentel, 29 anos, acusados de matar Clara Maria Venancio Rodrigues, de 21 anos. Segundo a Polícia Civil, os dois teriam confessado o crime ocorrido no dia 10 de março.
Três dias após desaparecer, o corpo da jovem foi encontrado enterrado sob concreto na casa de um dos acusados na manhã do dia 12, no bairro Ouro Preto, na Região da Pampulha, em Belo Horizonte (MG).
Réus confessaram o crime
Segundo a Justiça, a jovem foi morta por asfixia mecânica. O acusado Thiago Sampaio confessou ter matado Clara com um golpe de mata-leão na cozinha da residência. A decisão, proferida pela juíza Ana Carolina Rauen Lopes de Souza na última quinta-feira (3), também determina que Thiago e Lucas continuem presos e que devam ir a júri popular. O julgamento ainda não teve data definida.
A magistrada também deixou registrado na decisão que a prisão preventiva será mantida porque “há indícios da materialidade e autoria, bem como fundamentos que justificam a medida extrema, em especial a gravidade concreta das condutas imputadas e o risco à ordem pública, considerando a gravidade do delito”.
A Justiça também decidiu excluir Kennedy Marcelo da Conceição Filho — amigo dos réus — do processo, já que não houve denúncia contra ele. Na época do crime, ele chegou a ser detido, mas foi liberado após ser ouvido pelos investigadores.
Relembre o caso

Clara Maria desapareceu no dia 9 de março deste ano, após ser chamada por um ex-colega de trabalho — Thiago — para receber uma dívida de R$ 400 em sua casa.
Por volta das 22h45, ela teria enviado uma mensagem a um amigo dizendo que tinha pego o valor e estava indo para casa. O trajeto duraria cerca de dez minutos, mas horas se passaram e Clara não voltou.
Depois de três dias desaparecida, a Divisão de Referência à Pessoa Desaparecida da Polícia Civil encontrou o corpo da jovem em um corredor estreito de uma quitinete do bairro de Ouro Preto.
Segundo a Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros , o cadáver estava coberto por terra, entulho e concreto ainda úmido, dando indícios de que tenha sido enterrado no dia anterior.
Um suspeito, de 27 anos, morador da quitinete que estava dormindo na casa na hora da abordagem, foi detido. Outro homem de 29 anos e um terceiro de 34, suspeitos de envolvimento, também foram levados para a delegacia.
Feminicídio
Os dois primeiros confessaram o crime. De acordo com a polícia, os dois suspeitos mataram a jovem por motivos diferentes: Thiago seria por um desejo amoroso não correspondido, e Lucas por ter sido repreendido por Clara em uma roda de amigos, após ele fazer apologia ao nazismo e falar palavras em alemão.
As investigações apontaram que o crime foi premeditado. A polícia indica que antes de o corpo ser enterrado, ele ficou exposto nu, na sala da casa, até a tarde do dia seguinte.
O processo está na fase inicial da ação penal, em que a denúncia foi recebida, e os acusados serão citados para apresentar defesa prévia.