Diego Martins fala sobre o impacto da novela da Globo em sua carreira e a arte drag

Em entrevista à CARAS Brasil, o ator e drag queen Diego Martins compartilhou sobre o impacto de sua participação na novela “Terra e Paixão” da Globo e o crescimento de sua base de fãs. O artista, que interpreta o garçom Kelvin na trama, também reflete sobre a importância da arte drag em sua vida e carreira.

Crescimento de fãs após papel na novela

Diego Martins contou como a novela ajudou a expandir sua audiência: “Essa coisa das minhas fãs serem de muitos lugares é muito interessante e muito engraçado de ver. Porque, de fato, elas vêm de muitos lugares do Brasil. Acho que isso veio muito do meu público da novela, porque ela teve uma proporção nacional”, refletiu ele, destacando o impacto que a trama teve em sua carreira.

O artista também expressou sua gratidão pelo carinho do público: “É muito gostoso ver como elas fazem, de fato, tudo por mim, pela minha equipe, pelo meu show, pela minha drag. É um carinho que acho que eu nunca vou ser capaz de retribuir à altura”, declarou, enfatizando o quanto o apoio das fãs é importante para ele.

Emoção no show e a importância da arte drag

No último show realizado na Lona Cultural, no Rio de Janeiro, Diego se emocionou ao perceber que o público sabia todas as letras de suas músicas: “O que mais me marcou na apresentação foi o como elas sabem as minhas músicas. Isso me deixa muito feliz, muito impactado, muito agradecido, porque escrevo minhas músicas pra botar no mundo, pra que as pessoas se reconheçam nelas também”, afirmou.

Diego também não esconde o protagonismo da arte drag em sua carreira, ressaltando como essa expressão artística impactou sua vida: “A arte drag mudou minha vida. Mudou muitos pontos de vista meus sobre arte, sobre carreira, sobre coisas pessoais minhas também. E a arte drag nada mais é do que uma das maiores expressões de liberdade dentro do mundo da arte”, comentou.

A luta por mais respeito e reconhecimento para drags no Brasil

Apesar do progresso, Diego destaca que ainda há desafios para a arte drag no Brasil. “Precisam reconhecer a potência que a gente tem, reconhecer a potência da arte LGBT. Além do entretenimento ser muito grande, a gente gera muitos lucros pra quem contrata a gente. Hoje em dia, eu costumo dizer que a gente tá na moda”, afirmou.

Ele também criticou a realidade difícil que muitas drags enfrentam: “Ser drag é uma arte cara, não é fácil, é tudo muito caro. Quantas vezes já vi pessoas me oferecendo trabalho por achar que vai me dar visibilidade ou oferecendo trabalho para outras drags em troca de bebidas, comanda. ‘Ah, eu pago sua comanda, no final da noite você vai lá e faz um show’. Não é assim, sabe?”, desabafou.

Diego também compartilhou sua visão sobre o espaço conquistado pelas drags, desejando ver mais respeito e oportunidades. “Gostaria de ver mais espaço pra drags fora da noite, porque drag não foi feita só pra ficar em festas à noite. Muita gente coloca a gente nessa caixinha, sabe? Drag também tem que ter programa de dia, drag também tem família, também é um programa pra família. É pra todas as idades, é pra todos os gêneros, é pra todo mundo”, concluiu.

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