Quanto custou o atentado de 8 de janeiro aos cofres públicos?

Ataque aos Três Poderes completa dois anos nesta quarta (8)Marcelo Camargo/Agência Brasil – 01.09.2023

No segundo aniversário do ataque aos Três Poderes, que ocorreu em 8 de janeiro de 2023, o custo estimado das consequências aos cofres públicos já ultrapassa R$ 16 milhões. Contudo, esse valor pode ser ainda maior, já que algumas instituições não conseguem mensurar totalmente o valor das restaurações, como bens culturais e históricos.

Diversos objetos, instalações e obras de arte localizados nos prédios das instituições públicas foram severamente danificados durante os ataques. Um dos exemplos mais notáveis é o relógio Balthasar Martinot Boulle, do século XVII, que chegou ao Brasil pelas mãos de dom João VI, em 1808.

Embora algumas perdas já tenham sido contabilizadas, outros itens ainda não foram recuperados. Um caso é a escultura “The Pearl”, uma obra presenteada pelo ministro das Relações Exteriores do Catar ao ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que permanece desaparecida, com valor estimado em R$ 5.000.

A seguir, veja os gastos de cada um dos Poderes após os ataques:

Supremo Tribunal Federal (STF): R$ 12 milhões

O STF foi um dos prédios mais afetados, com um prejuízo de R$ 8,6 milhões pela destruição de 951 itens, entre furtos, danos e destruições. O restauro de objetos e instalações, incluindo o plenário, com a troca de carpetes, cortinas e outros itens, custou R$ 3,4 milhões.

Até o momento, 116 itens foram restaurados, como 22 esculturas, 21 telas, 19 objetos e 50 itens de mobiliário. Contudo, alguns itens históricos, como 106 esculturas e móveis, não puderam ser restaurados ou repostos devido a sua natureza delicada.

Câmara dos Deputados: R$ 2,7 milhões

A Câmara teve prejuízos significativos, com custos que totalizaram R$ 2,7 milhões em reparos e reposições. A maior parte desse valor, R$ 1,2 milhão, foi destinada à manutenção predial, incluindo reparos em sistemas elétricos, hidráulicos e vidros quebrados.

O restauro de 68 itens do acervo cultural, como pinturas e esculturas, alcançou R$ 1,4 milhão. Além disso, 16 objetos desapareceram, e os reparos em mídias digitais somaram R$ 32 mil.

Senado Federal: R$ 1,3 milhão

O Senado também enfrentou danos consideráveis, com a recuperação dos bens de museu custando R$ 483 mil. Entre os itens danificados, estavam quadros de ex-presidentes da Casa e obras de artistas renomados.

A restauração mais cara foi de um quadro do “Ato de Assinatura da Primeira Constituição”, que custará R$ 800 mil. A recuperação do prédio somou R$ 889 mil, com a substituição de vidros, pintura de salões e reparos no revestimento de mármore.

Palácio do Planalto: R$ 297 mil

O Palácio do Planalto teve um custo menor em comparação aos outros Poderes, totalizando R$ 297 mil em reparos. A maior parte dos gastos foi com vidraçaria (R$ 204.449,26), mas também houve investimentos em divisórias, pintura e recuperação de elevadores danificados.

Além disso, o Palácio da Alvorada iniciou um processo de restauro de obras históricas com a colaboração do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), com foco em itens como a escultura de Amílcar de Castro e o famoso relógio Balthasar Martinot Boulle.

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